terça-feira, 11 de maio de 2010

Malinconia

Embaraçando-me por entrelinhas tortas...
Se Deus escreve nelas por quê também não eu, que, dizem, sou criatura Sua? Muito embora eu não vá escrever nada certo, certo?
Bom, por onde começar? Não li Grande Sertão (pretendo, antes que uma das Parcas corte o meu fio...), mas o título me remete a um grande emaranhado de linhas...linhas da vida nas palmas das mãos que se encontram e seguem em frente. Os caminhos-vidas se entrecruzando e seguindo adiante por muito tempo, às vezes querendo voltar, mas racionalizando que depois de tanto tempo talvez não se encontre aquele nó desatado ou aquela linha ideal, que, depois de deixada para trás, tornou-se atrativa mas tão longínqua que não vale a pena ou a vontade de voltar atrás... que ficou para trás. Bem, cortando o nó e começando o novêlo, há um conceito matemático (é?) que diz que infinitos pontos formam uma linha...reta ou curva? tanto faz! E também alguém já disse que o primeiro passo é o começo do caminho...então é por aqui que vou começando, não uma linha reta, que dá a sensação de infinitude, mas uma cheia de curvas e voltas e reviravoltas, ao sabor do meu humor momentâneo. Ou traçejada... Tudo isso, prá dizer das coisas que gosto, que experimento, que saboreio, muito embora, como minhas incursões culinárias, o resultado não tenha a aparência esperada pelos meus devaneios... eita, lá vou eu dando voltas e voltas novamente!Bom, eu gosto de desenhar mas meu desenho não é lá assim uma Brastemp... gosto de ler e também de escrever alguma coisa mas não tenho nenhum talento pra isso também, e como já devem ter percebido, meu mal é andar em círculos com o lápis (ou o computador, risos!), gosto de música mas não entendo nada de linha melódica, notas musicais e coisas afins...enfim, gosto de ver e ouvir o mundo ao meu redor e gostaria de poder representá-lo do modo como o vejo para as outras pessoas, como o homem das cavernas deve ter tentado, e até hoje quebramos a cabeça prá descobrir o que nos querem dizer aqueles rabiscos. E por falar em linhas... um poema de Manuel Bandeira que eu acho lindo!

Debussy

Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Um novelozinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criança...
(Vem e vai...)
Que delicadamente e quase a adormecer o balança
- Psiu... -
Para cá, para lá...
Para cá e...
- O novelozinho caiu.

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